segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O Diabo disse:



Leiam com carinho o emailão do lulão.- carlinha e alinão, marcamos nosso ensaio particular bem em cima do ensaio musical na sexta, olha que fita... que outro dia ces podem? por mim qualquer um.- varis fitas no alceu sabadão, depois a gente troca idéias gerais e particulares, mas tem um bagulho: puta que pariu, toda apresentação que nóis fizemo até hoje foi a mesma coisa, entre um som e outro fica todo mundo trocando de instrumento, e aquele vazio e todo mundo com cara de idiota e sempre sobra pra um trouxa ficar enrolando fazendo qualquer merda pra parecer que tem coisa acontecendo, no sabado fiz umas 26 frases de flautinhas até que começasse o lamento. e no fim o povo não entende a história.quer dizer, cade a porra da narração, caralho, que tinha que tar pronta faz tres meses pra entrar nessas horas?- parece que o didi vai na reunião terça sim, então quem for vai bem acompanhado. mas acho que ele não tem que ir sozinho aguentar as pontas não. beijo proces aí
Yuri


Rapaziada,gostaria de falar mais um pouco. Tamo entrando em um momento que se pá ninguém até agora viveu, que é tipo "virar adulto". Os ensaios e reuniões tão cheios de momentos de quentura, e muitas vezes a gente parte pro braço. Redundâncias e destratos, ambas são coisas chatas, e no meu ponto de vista é normal pra fase que a gente tá:"Há muito tempo atrás todo mundo tocava as músicas de forma livre e bonita. Até que um belo dia ouve um encontro pra decidir que rumo as músicas iam tomar. Das opções A e B elas foram pra C. Não vejo o que está acontecendo como uma visão concretizada, mas uma leitura de nossos sonhos e experiências somado à nossa comunicação. A música está tomando vida própria e virando um espetáculo adulto, ela está amadurecendo. " Aí eu vejo que a gente também tá. Os nervos e as descrenças, misturadas ao sabor de ser o representante da nossa própria arte e o feeling de aventura estão deixando a ansiedade nos tomar. è natural. Mas minha teoria é de que a gente tá amadurecendo por causa da nossa arte, não ao contrário. Ela está nos levando e a gente tem que aprender com ela. Ansiedade é apenas uma das armadilhas da arte. Eu insisto nessa palavra pelo seguinte:Estamos ensaiando atrás de uma unidade que ainda está amadurecendo. Estamos amadurecendo nossa mente porque ela está nos levando, não a gente levando ela. Luto contra uns comentários do tipo " e aí, abriu concurso pra oficial de justiça, 5 paus CLT, pq não presta?" até hoje. Bato a mão no peito, porque apesar de pequeno e moleque no que faço, faço com pé no chão e seriedade e acima de tudo sei que simplesmente não conseguiria morrer sem isso. Só. É um barato divino mesmo, porque a gente nunca ganhou nada com isso e fazemos mesmo assim. Trabalhamos com coisas que nem sempre são o que queremos pra sustentar nossa viajem. Tudo isso pq ela vale a pena, só não sei pq. É uma questão tão amedrontadora quanto o que sou eu, de onde vim? E encontro vcs a tempos pra corrermos juntos atrá do nosso quinhão, chamado pela indústria de espetáculo, pelas mães de sexto sentido, pelos poetas de amor, pela gente de inspiração. Tamo junto porque tamo junto, não foi decisão nossa, é pra ser assim nesse momento e estou muito feliz de estar ao lado das pessoas que estão brigando pelo mesmo ideal.Encantadeiras, realejos, coisa assim e assado, o que fazemos é a evolução de tudo isso. Acrescento que estar nesse barco é optar por amadurecer, então esqueçam o passado. A insegurança que paira é normal. Trampamos o ano inteiro, precisamos de féria, mas o pior está por vir. Então, antes de criar desespero e questionar se só tocar é mais legal, essas coisas, se precisa crescer o cênico, se isso ou aquilo parem pra pensar o seguinte:Fazemos isso desse jeito, que é o melhor que alcançamos com nossos esforços. E não tá perfeito e até ficar... Mas já tá muito loco. Imagina se tiver perfeito. Músicos de quarto não chegam a lugar nenhum a não ser seu próprio computador. Sou músico não danço nem interpreto, só me esforço pelo que Deus(?) me disse pra fazer, corro atrás de fazer o melhor. Ano que vem, logo no começo, vou estar com um DVD lindo que representa tudo que vivi até agora e todo suor que coloquei nisso que ainda vai melhorar... mas já tá muito loco. Foda-se o que precisa melhorar pq vai melhorar. Foda-se o que era, pq já é. Se os cara da estrada tipo tião ou renato ou magraõ tão acreditando no que a gente faz, o mínimo é a gente acreditar mais. A gente tá com um trampo que vai mudar o mundo e a forma de muita gente ouvir, ver ou fazer arte. Deixem os problemas pra próxima geração. Gosto pra caralho de todos vcs.
Forte abraço,l. de 4 folhas, baseado gigante


Valeu Lulãoo fofuchoooooo, lindoooooooooo...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

cartas






A Lavadeira

A Morte 13
- A Morte representa o fim e o começo de todas as coisas, o velho dá lugar ao novo, tudo o que é superficial foi aparado. Temer a morte é temer a vida.
- Jardim universal de flores vibrantes.
- Regato revigorante em baixo.
- Estrelas interligadas por um destino comum.
- Sorriso (nova vida)

A Sacerdotisa 2
- Lua crescente (o ciclo feminino)
- Grifo fêmea que a obedece.
- Coruja na lua (deusa grega da sabedoria Atenas)
- Água (misteriosa energia feminina)

A Imperatriz 3
- Estrelas (ligação com o céu)
- Flores (mãe terra, fertilidade)
- Águas do inconsciente coletivo a unem com a família
- Cor roxa (espírito)

A Temperança 14
- A Temperança representa harmonia, moderação e paciência.
- Urna (moderação e frugalidade)
- Vasilha com os quatro elementos
- Água sai da urna sem derramar (disciplina e frugalidade), e representa a essência da vida (passado, presente e futuro)

- A jangadeira na água e Alice na margem




O Pintor

O Mago 1
- O Mago tem sob seu controle os quatro elementos, representados pelos quatro naipes do baralho:
- Espadas, a faca (esforço e dificuldades a serem vencidas)
- Ouros, as moedas (talento e concretização)
- Copas, a taça (paixões e boa sorte)
- Paus, o bastão (criatividade)
- O infinito (número oculto de Hermes, união do consciente com o inconsciente)
- Mão esquerda traz a força do alto
- Mão direita manifesta sua vontade
- Fogo (transformação)

A Justiça 8
- A Justiça é Astreia, a deusa grega da justiça, representa equilíbrio e verdade.
- Também tem os quatro ases
- Pilares da força positiva e negativa (transformei em chuva)
- Com sua espada (pincel), rasga os véus que obscurecem e revela a verdade.

- A chuva não cai sobre Teutonio e o moleque.
- Um rio ao fundo que Teutonio quer atravessar.
- Pé descalço.



O Passaro

O Sol 19
- O Sol representa o sucesso na união, onde não há mais segredos, amor, alegria, amizade e libertação.
- O Sol sorri! (criança divina em cada um)
- Sete raios (cores do espectro e o numero tradicional da boa sorte)
- Os pássaros (beija-flores das notas de R$1 libertados) agradecem antes de formar seus ninhos
- Sorriso (nova vida)

O Julgamento 20
- O Julgamento representa uma reflexão do passado com decisão positiva.
- Anjo Gabriel (o passaro)
- Homem e mulher (surgimento da vida positiva e negativa, despertar do passado para o julgamento) de mãos para cima (movimento positivo de esforço deliberado)
- Montes verdes ao fundo (possibilidade da nova vida)

- A roda da fortuna (a roda oiá!)




O Encanta Realejo

O Mundo 21
- Resultado de todas as outras cartas, o Mundo representa a consciência de pertencer, vir e voltar a terra, vida eterna, recompensa, conclusão, caminho da libertação.
- A dançarina dança firme e equilibrada como a Terra dança pelo cosmos
- Olha a folha (consciência de ter a mesma origem das plantas, a terra)
- Bastão de ponta dupla (poder em toda parte)
- Quatro animais angélicos do apocalipse, um anjo, uma águia, um touro e um leão, que também são os quatro elementos.

- A Terra, o circo inteiro e um ícone pra cada uma das outras cartas.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Seminário

Terceiro Seminário Mensal dos Grupos de Pesquisa
Mídia, música e contemporaneidade – IFCH
Música popular: história, produção e linguagens – IA






Antropologia da música e etnomusicologia
no estudo das manifestações musicais contemporâneas

Auditório II do IFCH
17 de novembro de 2008
14 horas




Expositores

Alberto Tsuyoshi Ikeda (UNESP)
Anthony Seeger (UCLA)
Samuel Mello Araújo Junior (UFRJ)

Debatedora

Rita de Cássia Lahoz Morelli (UNICAMP)

Moderador

José Roberto Zan







Apoio
Doutorado em Ciências Sociais
Programa de Pós-graduação em Antropologia Social

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Quem forma a opinião dos 'formadores de opinião'?

A terceira edição da pesquisa Barômetro de Imprensa, divulgada na quinta-feira (9/10), traz alguns dados interessantes sobre os jornalistas brasileiros. Quinhentos e sessenta e três profissionais de mídia (320 de meios impressos, 111 de veículos online, 77 de TV e 55 de rádio) responderam ao questionário enviado por e-mail, em setembro, aos 39.772 listados no mailing da Maxpress. A pesquisa é realizada bimestralmente pela FSB Comunicações e seu relatório completo está disponível aqui [arquivo PDF, 1,5 MB, arquivo em zip].

Vale a pena listar alguns dos resultados:

1. A internet ultrapassou o jornal impresso como principal fonte de informação no trabalho dos jornalistas. Para 57% dos entrevistados, sites e blogs da internet constituem as principais fontes de informação usadas cotidianamente no trabalho jornalístico.

2. Apesar da internet, os jornais são lidos diariamente pela maioria dos jornalistas de todas as mídias pesquisadas, em índices superiores a 80%.

3. A Folha de S.Paulo é o jornal mais lido pelos profissionais de mídia em São Paulo: ele foi indicado por 73,1% dos entrevistados, contra 62,7% de O Estado de S. Paulo (cada jornalista podia fazer até duas indicações).

4. No Rio de Janeiro o preferido é O Globo (69%) e Folha aparece em segundo lugar, com 32,2% das indicações.

5. Nos resultados apurados com os 208 jornalistas entrevistados nos demais estados (excluindo Rio e São Paulo), o nome na liderança é a Folha de S.Paulo, seguida pelo Estado de S. Paulo e pelo Globo (ver abaixo).

http://www.direitoacomunicacao.org.br/novo/content.php?option=com_content&task=view&id=4172

Por Ligia Passos

Oi gente......nessa última quinta feira Karlinha, Aline e eu compramos os parte dos materias pra iniciar a produção dos figurinos, que depois de varias conversas foi decidido que as referencias visuais são Bispo do Rosário e Hundertwasser (em anexor)....alguns de vocês, ficaram com as peças bases (que escolhemos juntos na casa da Karlinha), preciso que levem essas peças no ensaio de terça, por favor... na terça tbm levo uma mostra do produto final...temos pouco tempo...por isso precisamos trabalhar... se ficou alguma dúvida a respeito de qualquer coisa relacionada ao figurino digam agora...pois na próxima quarta levo os tecido e moldes pra costureira e assim que voltarem, começo com os acabamentos. ...acho que é isso ...nos vemos na terça, pois até lá tenho muito trabalho pela frete!!!...beijos



quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Acauã Sol

O amor é filho do tempo.

O tempo intervém na trama.

E ela acaba ou se renova




Estou aprendendo o que é fazer política pra perder o preconceito com política. Porque se política é uma merda, aí é que precisamos fazer política pra deixar de ser merda.






Se eles fazem política, a política é pra eles. Se a gente faz, é pra gente. E se todos fazem, é para todos. Na política da ágora grega, interferimos porque é do nosso interesse. Façamos política com amor, acompanhemos as políticas públicas para o nosso setor. Procuremos conhecer e acompanhar as políticas públicas para a cultura, já que é cultura que fazemos.

Com amor.

Cuidando.

http://www.movimentodulcynelandia.blogspot.com/

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Manifesto Contra As Mulheres Enrrustidas



Um belo dia a figura percebe que sente atração por mulheres. Por conta de uma moral que assombra nossa sociedade, a figura passa a ignorar esses sentimentos que de uma forma ou de outra, já vagava pelo seu inconsciente regando grandes sementes...
Mais não demora muito e vem a crise: “Ai meu Deus, será que sou Sapata?” e aquele velho ditado popular aparece rapidinho “sair do armário”. Bom, a figura vai ficar com isso na cabeça até muito tempo. Ai vem as fases, a primeira é a fase Sala de Bate Papo na internet. A figura passa a entrar nessas salas como anônimo pois tem “medo de se expor” por sinal né, o que vão pensar dela? É melhor se resguardar não é mesmo. A figura cria uma rotina pois começa a ficar divertido, pois ali ela expõe suas duvidas e seu medo. Falar sobre isso com alguém que ela nem conhece ajuda, vai fazendo a figura se soltar. Até que a figura cria coragem e da seu numero de telefone até que marca um encontro (tudo isso demora quase um ano).

A segunda fase é a da balada GLS, a figura sai toda ansiosa achando que vai ficar com uma mulher pela primeira vez. Chegando lá começa a dançar um ritmo que mais parece, bom num achei algo pra comparar, mas a figura fica lá dançando fingindo que está adorando só esperando alguém se aproximar, ta ligado? Até que o grande momento esperado acontece, a figura é abordada por outra figura. Tham tham tham tham... Mesmo com um xaveco já bem elaborado a figura se escava e vai pra casa, sonhando com o que não aconteceu. Isso é a prova de que Nós seres humanos somos um bocado esquisito.

Bom, continuo no próximo bloco... deu sono agora...

Vou falar da terceira fase, que é a da Parada Gay, vixi essa é boa... aguardem...


Beijão
Aline

Em breve: Manifesto Contra As Mulheres Enrrustidas

Vamos lá mulherada, muita força nessa hora!!! Sei que não é facil...

Manifesto Antropófago

Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.

Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.

Tupi, or not tupi that is the question.

Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.

Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.

Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa.

O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O cinema americano informará.

Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país da cobra grande.

Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil.

Uma consciência participante, uma rítmica religiosa.

Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Lévy-Bruhl estudar.

Queremos a Revolução Caraiba. Maior que a Revolução Francesa. A unificação de todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem n6s a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.

A idade de ouro anunciada pela América. A idade de ouro. E todas as girls.

Filiação. O contato com o Brasil Caraíba. Ori Villegaignon print terre. Montaig-ne. O homem natural. Rousseau. Da Revolução Francesa ao Romantismo, à Revolução Bolchevista, à Revolução Surrealista e ao bárbaro tecnizado de Keyserling. Caminhamos..

Nunca fomos catequizados. Vivemos através de um direito sonâmbulo. Fizemos Cristo nascer na Bahia. Ou em Belém do Pará.

Mas nunca admitimos o nascimento da lógica entre nós.

Contra o Padre Vieira. Autor do nosso primeiro empréstimo, para ganhar comissão. O rei-analfabeto dissera-lhe : ponha isso no papel mas sem muita lábia. Fez-se o empréstimo. Gravou-se o açúcar brasileiro. Vieira deixou o dinheiro em Portugal e nos trouxe a lábia.

O espírito recusa-se a conceber o espírito sem o corpo. O antropomorfismo. Necessidade da vacina antropofágica. Para o equilíbrio contra as religiões de meridiano. E as inquisições exteriores.

Só podemos atender ao mundo orecular.

Tínhamos a justiça codificação da vingança. A ciência codificação da Magia. Antropofagia. A transformação permanente do Tabu em totem.

Contra o mundo reversível e as idéias objetivadas. Cadaverizadas. O stop do pensamento que é dinâmico. O indivíduo vitima do sistema. Fonte das injustiças clássicas. Das injustiças românticas. E o esquecimento das conquistas interiores.

Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros.

O instinto Caraíba.

Morte e vida das hipóteses. Da equação eu parte do Cosmos ao axioma Cosmos parte do eu. Subsistência. Conhecimento. Antropofagia.

Contra as elites vegetais. Em comunicação com o solo.

Nunca fomos catequizados. Fizemos foi Carnaval. O índio vestido de senador do Império. Fingindo de Pitt. Ou figurando nas óperas de Alencar cheio de bons sentimentos portugueses.

Já tínhamos o comunismo. Já tínhamos a língua surrealista. A idade de ouro.

Catiti Catiti

Imara Notiá

Notiá Imara

Ipeju*

A magia e a vida. Tínhamos a relação e a distribuição dos bens físicos, dos bens morais, dos bens dignários. E sabíamos transpor o mistério e a morte com o auxílio de algumas formas gramaticais.

Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele me respondeu que era a garantia do exercício da possibilidade. Esse homem chamava-se Galli Mathias. Comia.

Só não há determinismo onde há mistério. Mas que temos nós com isso?

Contra as histórias do homem que começam no Cabo Finisterra. O mundo não datado. Não rubricado. Sem Napoleão. Sem César.

A fixação do progresso por meio de catálogos e aparelhos de televisão. Só a maquinaria. E os transfusores de sangue.

Contra as sublimações antagônicas. Trazidas nas caravelas.

Contra a verdade dos povos missionários, definida pela sagacidade de um antropófago, o Visconde de Cairu: – É mentira muitas vezes repetida.

Mas não foram cruzados que vieram. Foram fugitivos de uma civilização que estamos comendo, porque somos fortes e vingativos como o Jabuti.

Se Deus é a consciênda do Universo Incriado, Guaraci é a mãe dos viventes. Jaci é a mãe dos vegetais.

Não tivemos especulação. Mas tínhamos adivinhação. Tínhamos Política que é a ciência da distribuição. E um sistema social-planetário.

As migrações. A fuga dos estados tediosos. Contra as escleroses urbanas. Contra os Conservatórios e o tédio especulativo.

De William James e Voronoff. A transfiguração do Tabu em totem. Antropofagia.

O pater famílias e a criação da Moral da Cegonha: Ignorância real das coisas+ fala de imaginação + sentimento de autoridade ante a prole curiosa.

É preciso partir de um profundo ateísmo para se chegar à idéia de Deus. Mas a caraíba não precisava. Porque tinha Guaraci.

O objetivo criado reage com os Anjos da Queda. Depois Moisés divaga. Que temos nós com isso?

Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade.

Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D. Antônio de Mariz.

A alegria é a prova dos nove.

No matriarcado de Pindorama.

Contra a Memória fonte do costume. A experiência pessoal renovada.

Somos concretistas. As idéias tomam conta, reagem, queimam gente nas praças públicas. Suprimarnos as idéias e as outras paralisias. Pelos roteiros. Acreditar nos sinais, acreditar nos instrumentos e nas estrelas.

Contra Goethe, a mãe dos Gracos, e a Corte de D. João VI.

A alegria é a prova dos nove.

A luta entre o que se chamaria Incriado e a Criatura – ilustrada pela contradição permanente do homem e o seu Tabu. O amor cotidiano e o modusvivendi capitalista. Antropofagia. Absorção do inimigo sacro. Para transformá-lo em totem. A humana aventura. A terrena finalidade. Porém, só as puras elites conseguiram realizar a antropofagia carnal, que traz em si o mais alto sentido da vida e evita todos os males identificados por Freud, males catequistas. O que se dá não é uma sublimação do instinto sexual. É a escala termométrica do instinto antropofágico. De carnal, ele se torna eletivo e cria a amizade. Afetivo, o amor. Especulativo, a ciência. Desvia-se e transfere-se. Chegamos ao aviltamento. A baixa antropofagia aglomerada nos pecados de catecismo – a inveja, a usura, a calúnia, o assassinato. Peste dos chamados povos cultos e cristianizados, é contra ela que estamos agindo. Antropófagos.

Contra Anchieta cantando as onze mil virgens do céu, na terra de Iracema, – o patriarca João Ramalho fundador de São Paulo.

A nossa independência ainda não foi proclamada. Frape típica de D. João VI: – Meu filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça! Expulsamos a dinastia. É preciso expulsar o espírito bragantino, as ordenações e o rapé de Maria da Fonte.

Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud – a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matriarcado de Pindorama.


OSWALD DE ANDRADE Em Piratininga Ano 374 da Deglutição do Bispo Sardinha." (Revista de Antropofagia, Ano 1, No. 1, maio de 1928.)

* "Lua Nova, ó Lua Nova, assopra em Fulano lembranças de mim", in O Selvagem, de Couto Magalhães

Oswald de Andrade alude ironicamente a um episódio da história do Brasil: o naufrágio do navio em que viajava um bispo português, seguido da morte do mesmo bispo, devorado por índios antropófagos.

puta merda bicho

Futepoca: Kassab, o católico evangélico
Por Redação [Quinta-Feira, 9 de Outubro de 2008 às 11:39hs]

Candidatos que buscam diversas linhas religiosas para angariar apoio não é propriamente uma novidade na política, seja aqui ou em qualquer outro país do mundo. Mas esta é a primeira vez que eu vi um candidato se em uma dessas incursões.

A Thalita indicou um post do blogue Sal com Pimentas, que retrata uma visita do candidato à reeleição na capital paulista Gilberto Kassab (DEM) a uma vigília da Igreja Comunhão Plena, no ginásio da Portuguesa, em 29 de agosto. Ali, o prefeito "aceita Jesus" e se ajoelha no palco repetindo a cantilena do apóstolo Sérgio Lopes.

http://www.youtube.com/watch?v=qUqwXJCkH2U&eurl=http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/NoticiasIntegra.asp?id_artigo=4595


O site da igreja neopentecostal, fundada em 1999, até hoje destaca em sua primeira página o vídeo com a chamada "Prefeito Gilberto Kassab aceita Jesus durante a ministração do Apóstolo Sérgio Lopes". A igreja tem razoável penetração em São Paulo e já conseguiu eleger um deputado estadual, o pastor e diretor da rádio Musical FM Lelis Trajano (PSC). Segundo o parlamentar , Deus falou por meio do apóstolo Lopes para orientá-lo a se candidatar. "Todo trabalho político foi planejado por uma equipe de profissionais de comunicação preparada por Deus, para que o Pr. Lelis Trajano tivesse uma campanha fundamentada em propósitos sérios e relevantes", descreve sua página eletrônica.

http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/NoticiasIntegra.asp?id_artigo=4595

Vejam que bizarro!!!

Vejam só o nivel de discussão de uma galera que estuda Sociologia na ESP. Os caras estudam politica ta ligado e ainda não perceberam que esses sistema partidario é uma furada...

Vai toma no olho do cú...

Furos de e-mail da esplivre

- É legal ler de baixo para cima -

E esses erros tenho certeza que não são erros de digitação!!!

--- Em seg, 13/10/08, Miguel JB Filho escreveu:
De: Miguel JB Filho Assunto: Fw: [esplivre] ENC: Artigo do Site Revista Fórum (só vendo pra crer) Kassab, o católico evangélicoPara: esplivre@lists.riseup.netData: Segunda-feira, 13 de Outubro de 2008, 17:54
#yiv1028811045 #yiv496268881 .hmmessage P {
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FONT-SIZE:10pt;FONT-FAMILY:Tahoma;}

Esse cara parece gostar de corrigir... mas seu "textinho" está recheado de erros de concordância.
Vamos corrigi-lo:

... tão somente com QUEM está...
O restante ... POUPADO (no singular... amiguinho)
... de discussões.... lhes TRAZEM (no plural... amiguinho)
Um texto culto não permite o uso de abreciações. ... vc está utilizado incorretamente, use as duas letrinhas que faltam. VOCÊ fica muito melhor.

----- Original Message -----
From: Oswaldo Lagoa
To: esplivre@lists.riseup.net
Sent: Monday, October 13, 2008 5:53 PM
Subject: RE: [esplivre] ENC: Artigo do Site Revista Fórum (só vendo pra crer) Kassab, o católico evangélico
Simmmm... amiguinho!A lista é para discussão que aliás, se escreve com duplo "s" (discussão). Mas discuta apenas e tão somente com que está interessado em discutir tal assunto contigo, escrevendo em particular.O restante da lista poderia ser educadamente poupados de discussões que não lhes traz nenhum proveito! A Internet tem recursos que prevê tal situação. Sabendo usar esses recursos, vc. não causa nenhum desconforto a ninguém!Só isso...Abraços.------------- ---------------------------
Date: Mon, 13 Oct 2008 11:21:29 -0700From: rodrigoalexsan@yahoo.com.brTo: esplivre@lists.riseup.netSubject: Re: Fw: Fw: Fw: Fw: Fw: Fw: [esplivre] ENC: Artigo do Site Revista Fórum (só vendo pra crer) Kassab, o católico evangélico
Lista é para discusão ou estou errado?????

Mas se isso te incomoda, você pode sair dela ou não abrir os e-mail's de determinados assuntos!!!!!
2008/10/13 Carlos Nezu <nezucarlos@terra.com.br>
ÔÔÔÔ!!!!

Agora o outro vai responder que tbm é politizado e que no fundo adora o Maluf ... aí o outro vai dizer que tbm é politizado, mas que o povo e a turma do Maluf não é...aí o outro vai responder...

Vão discutir no reservado pô.... Que saco hein....

----- Original Message -----
From: Rodrigo alexsan
To: esplivre@lists.riseup.net
Sent: Monday, October 13, 2008 3:36 PM
Subject: Re: Fw: Fw: Fw: Fw: Fw: Fw: [esplivre] ENC: Artigo do Site Revista Fórum (só vendo pra crer) Kassab, o católico evangélico

Parabéns pelo sua polítização, pode ter certeza que sou tão polítizado quanto você, mas você continua sem ENTENDER O FATO apontado.
A SOCIEDADE em modo geral não é despolítizada!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ( não eu nem você )
--- Em seg, 13/10/08, Miguel JB Filho <mjbf45@gmail.com> escreveu:
De: Miguel JB Filho <mjbf45@gmail.com>Assunto: Fw: Fw: Fw: Fw: Fw: Fw: [esplivre] ENC: Artigo do Site Revista Fórum (só vendo pra crer) Kassab, o católico evangélicoPara: esplivre@lists.riseup.netData: Segunda-feira, 13 de Outubro de 2008, 7:58
Num passado não muito remoto, optávamos pelo "menos pior" utilizando-nos do então chamado "voto útil" que há época era um voto anti Maluf. Como o senhor Maluf já morreu politicamente, hoje o voto útil é anti PT, seja qual for seu integrante travestido de preocupado com a ética, a transparência ou o social. A título de ilustração devo informá-lo (mas não devia) que já votei pontualmente, em algumas situações, em candidatos do PT.
Em 1989 no embate Lula/Collor (no segundo turno... no primeiro turno é claro que meu voto não foi para ele).
Votei também em Suplicy para o senado (será que ele já encontrou o "eixo" que procurava em 1992, na Serra da Cantareira?). Pesquise a respeito.
Votei em outra situação do Genoíno (ingenoidade minha, um dos dois votos dos quais me arrependo).
O outro voto mal dado, foi quando votava em São Caetano de Sul, e votei para vereador em Hamilton Lacerda, aquele da mala recheada de dólares na tentativa infrutífera de barrar José Serra rumo ao governo de São Paulo, o famoso caso do "Dossiê contra Tucanos" que não resultou em "nada". Por quê será????
Acredito que quem não entende ou não saiba de nada, não seja eu...

----- Original Message -----
From: Rodrigo alexsan
To: esplivre@lists.riseup.net
Sent: Monday, October 13, 2008 1:42 AM
Subject: Re: Fw: Fw: Fw: Fw: Fw: [esplivre] ENC: Artigo do Site Revista Fórum (só vendo pra crer) Kassab, o católico evangélico
Realmente você não entendeu!!!!!!

Os politizados sabem avaliar a trajetórias de cada candidato, o que foi feito durante sua gestão e as propostas futuras... e assim chegar a conclusão "nesse caso" do menos pior!!!!!

Mas não adianta eu me desgastar, pra você entender só desenhando!!!--- Em dom, 12/10/08, Miguel JB Filho <mjbf45@gmail.com> escreveu:
De: Miguel JB Filho <mjbf45@gmail.com>Assunto: Fw: Fw: Fw: Fw: Fw: [esplivre] ENC: Artigo do Site Revista Fórum (só vendo pra crer) Kassab, o católico evangélicoPara: esplivre@lists.riseup.netData: Domingo, 12 de Outubro de 2008, 18:07
Ah! agora entendi, então é você quem sabe quem é ou não é politizado. Ah! bom, ainda bem que entendi há tempo. Deixa eu ver se entendi mesmo:
Então o politizado vota na Dona Marta do PT e os despolitizados votam nos demais. Puxa! tão simples e eu aqui nessa discussão sem fim, não?


----- Original Message -----
From: Rodrigo alexsan
To: esplivre@lists.riseup.net
Sent: Sunday, October 12, 2008 2:09 PM
Subject: Re: Fw: Fw: Fw: Fw: [esplivre] ENC: Artigo do Site Revista Fórum (só vendo pra crer) Kassab, o católico evangélico

Parece que você não entendeu, apesar de ter sido bem claro, mas vou repetir!!!

...nossa sociedade não tem politização suficiente para saber quem é melhor para ser eleito e também não é interesse do Estado que isso aconteça!


--- Em sáb, 11/10/08, Miguel JB Filho <mjbf45@gmail.com> escreveu:
De: Miguel JB Filho <mjbf45@gmail.com>Assunto: Fw: Fw: Fw: Fw: [esplivre] ENC: Artigo do Site Revista Fórum (só vendo pra crer) Kassab, o católico evangélicoPara: esplivre@lists.riseup.netData: Sábado, 11 de Outubro de 2008, 21:05
Se o eleitor concordasse com isso, ela teria sido reeleita em 2004 e não teria a dificuldade que está tendo agora novamente para sua segunda tentativa em reeleger-se. Quem afirma com todas a letras ser "fato" e não "opinião" mostra-se autoritário sim, pois só os autoritários julgam-se os "donos da verdade". Nas minhas considerações anteriores falei em autoritarismo genericamente, parece que alguém vestiu a carapuça.

----- Original Message -----
From: Rodrigo alexsan
To: esplivre@lists.riseup.net
Sent: Saturday, October 11, 2008 8:26 PM
Subject: Re: Fw: Fw: Fw: [esplivre] ENC: Artigo do Site Revista Fórum (só vendo pra crer) Kassab, o católico evangélico

O que eu apontei foi um problema social e quem não fez nada para resolver... por tanto não sou autoritário quando disse que o Kassab não é a melhor opção para esse problema, pois isso não é uma opinião é um fato!
--- Em sáb, 11/10/08, Miguel JB Filho <mjbf45@gmail.com> escreveu:
De: Miguel JB Filho <mjbf45@gmail.com>Assunto: Fw: Fw: Fw: [esplivre] ENC: Artigo do Site Revista Fórum (só vendo pra crer) Kassab, o católico evangélicoPara: esplivre@lists.riseup.netData: Sábado, 11 de Outubro de 2008, 18:26
Democracia é bom por isso, a sua opção não precisa ser necessariamente a minha, e vice-versa. Você faz a opção que achar melhor, e eu também e elas não precisam ser necessariamente a mesma. Só os autoritários acreditam que sendo suas opções as melhores, os outros devam optar por elas. Para mim é tudo muito simples.

----- Original Message -----
From: Rodrigo alexsan
To: esplivre@lists.riseup.net
Sent: Friday, October 10, 2008 11:00 PM
Subject: Re: Fw: Fw: [esplivre] ENC: Artigo do Site Revista Fórum (só vendo pra crer) Kassab, o católico evangélico
Meu caro,

Dia 26 está aí, e mesmo que o Kassab seja eleito, não quer dizer que é a melhor opção, pois sabemos que nossa sociedade não tem politização suficiente para saber quem é melhor para ser eleito e também não é interesse do Estado que isso aconteça!
Acho que você nunca entrou em uma favela para ver a realidade precária existente por lá, qualquer cidadão com o mínimo de senso crítico sabe que a desigualdade social é um problema muito sério e reeleger um prefeito que se preocupa em maquiar a cidade com a lei Cidade limpa, trocando a calçada da Paulista e de bairros nobres, bem com a reforma milionária da Oscar Freire, entre outras ações elitistas... não resolverá os problemas realmente existentes.
Enfim me envergonha saber que existe estudante de ciências sociais com o pensamento tão medíocre e infantil como o seu.
Ah, já vou adiantando... antes que você fale que é um desabafo de um petista, eu não sou petista, apenas sei enxergar a realidade em que vivemos.

Rodrigo--- Em sex, 10/10/08, Miguel JB Filho <mjbf45@gmail.com> escreveu:
De: Miguel JB Filho <mjbf45@gmail.com>Assunto: Fw: Fw: [esplivre] ENC: Artigo do Site Revista Fórum (só vendo pra crer) Kassab, o católico evangélicoPara: esplivre@lists.riseup.netData: Sexta-feira, 10 de Outubro de 2008, 17:44Pois é dia 26 tá aí... e é pra relaxar e gozar muuuuuuito!!!!
----- Original Message -----
From: "Carlos Cabral" <kbralx@gmail.com>
To: <esplivre@lists.riseup.net>
Sent: Friday, October 10, 2008 8:52 AM
Subject: Re: Fw: [esplivre] ENC: Artigo do Site Revista Fórum (só vendo pra
crer) Kassab, o católico evangélico
> Meu caro,
> Nesse caso já sabemos que o melhor é "relaxar e gozar".
> []s
> Cabral
>
> Miguel JB Filho escreveu:
>> Hoje o Lulalá virá a São Paulo num encontro com os evangélicos
pró dona
>> Marta do PT... será que vão entregar São Paulo mãos do diabo???
>> ----- Original Message -----
>> *From:* Carlos Cabral kbralx@gmail.com>
>> *To:* esplivre@lists.riseup.net
esplivre@lists.riseup.net>
>> *Sent:* Thursday, October 09, 2008 3:17 PM
>> *Subject:* Re: [esplivre] ENC: Artigo do Site Revista Fórum (só
vendo pra
>> crer) Kassab, o católico evangélico
>>
>> Opa!
>>
>> O Kassab saiu do armário para Jesus!
>>
>> Entrega SP na mão de Deus.
>>
>> Inté
>>
>> Cabral
>>
>>
>> Daniel Neves Montezano escreveu:
>>> Mais uma...
>>>
>>>
>>> Agora a cidade tem salvação!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
>>>
>>>
>>> Nome do Artigo: Futepoca: Kassab, o católico evangélico
>>> Link:
>>>
>>>
<http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/NoticiasIntegra.asp?id_artigo=4595>
>>>



segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Quem vai ter coragem?


Iai, quem vai ter coragem de assumir que esse sistema partidario é furada? O pior é que é um sistema histórico e a gente ta tão cego que não consegue nem sequer perceber isso.

Por onde passo escuto reclamações. No busão principalmente, além da insatisfação as pessoas também estão cansadas, cansadas no sentido etimológico da palavra, num tem quem aguente acordar as cinco da matina pra pegar um busão lotado que mais parece um burro de cargo carregando um bando de boi. Sem falar do trânsito que estressa antes mesmo do figura chegar no trabalho.

Chegando lá o figura tem de aturar a arrogancia do patrão e das pessoas que se sentem superiores, mas olha aqui gente, somos todos a mesma bosta, um bando de ser que vive cheio de mascaras e medo da morte, que inventa um bando de histórias pois acha um saco da combustivel as curiosidades. Esse papo todo de se achar por conta de toda essa tecnologia, internet, avião é mera ignorancia, a gente como ser humano tem tanto mistério pra ser descoberto. Não conseguimos entender sequer a nossa maneira de se relacionar.


Não posso deixar de falar da mídia, a televisãoo, afff não tem mais o que falar dessa mafia manipuladora e alienate que emburrece cada vez mais nossa cultura...


O que se vai fazer? Ficar sentado com a bunda no sofa assistindo TV?

Pior que tem aqueles que assistem a UMBIvisão, ou seja, sabe que ta tudo uma merda e mesmo assim finge que não ta entendendo e usa um discurso tipo: "A a gente vai morrer um dia mesmo"...
QUEM VAI TER CORAGEM DE ASSUMIR QUE ESTAMOS EM GUERRA E QUE EXISTE ALGO INVISIVEL QUE CONSEGUE DRIBLAR A GENTE...
A HUMANIDADE ESTÁ A BEIRA DE ENLOUQUECER...




Beijão


Aline (a caminho de melhorar expressão)

domingo, 12 de outubro de 2008

Modos Gregos

O lance é saber direitinho sobre esses modos...

Na Grécia antiga, as diversas organizações sonoras (ou formas de organizar os sons) diferiam de região para região, consoante as tradições culturais e estéticas de cada uma delas. Assim, cada uma das regiões da antiga Grécia deu origem a um modo (organização dos sons naturais) muito próprio, e que adaptou a denominação de cada região respectiva. Desta forma, aparece-nos o modo dórico (Dória), o modo frígio (da região da Frígia), o modo lídio (da Lídia), o modo jónio (da região da Jónia) e o modo eólio (da Eólia). Também aparece um outro — que é uma mistura — denominado modo mixolídio.

No final da Idade Média a grande maioria dos músicos foi dando notória preferencia aos modos jónio e eólio que posteriormente ficaram populares como Escala maior e Escala menor. Os demais modos ficaram restritos a poucos casos, mas ainda são observados em diversos estilos musicais. O sétimo modo, o lócrio foi criado pelos teóricos da música para completar o ciclo, mas é de raríssima utilização e pouca aplicabilidade prática.

Os modos baseiam-se atualmente na escala temperada ocidental, mas inicialmente eram as únicas possibilidades para a execução de determinados sons. Desde a antiga Grécia os modos já se utilizavam caracterizando a espécie de música que seria executada. Os modos, bem definidos então, eram aplicáveis de acordo com a situação, por exemplo: se a música remetia ao culto de um determinado deus deveria ser em determinado modo, e assim para cada evento que envolvesse música. Com o temperamento da escala e a estipulação de uma afinação padrão, os modos perderam gradativamente sua importância visto que a escala cromática englobava a todos e harmonicamente foi possível classificá-los dentro dos conceitos "maior e menor". O uso de frequências determinadas possibilitou o desenvolvimento das melodias na música juntamente com a harmonia e, com isto, na atualidade, os modos facilitam a compreensão do campo harmónico e sua caracterização, mas não possuem mais funções individuais. O fato de não mais estabelecermos diferença entre bemol e sustenido na escala cromática veio a restringir ainda mais o emprego de modos na música, senão como elemento teórico.

Como são
Da escala diatónica: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, extraímos a relação intervalar de tons (T) e semitons (st) seguinte: T - T - st - T - T - T - st. Sempre que existir esta relação intervalar, teremos o modo jónio ou escala maior (no caso, de dó). Se firmarmos como tónica o ré, usando a mesma escala diatónica, teremos: ré, mi, fá, sol, lá, si, dó: T - st - T - T - T - st - T. Sempre que esta relação existir, teremos o modo dórico, e assim por diante:

[editar] Modos
T - T - st - T - T - T - st: Jónio
T - st - T - T - T - st - T: Dórico
st - T - T - T - st - T -T: Frígio
T - T - T - st - T - T - st: Lídio
T - T - st - T - T - st - T: Mixolidio
T - st - T - T - st - T - T: Eólio
st - T - T - st - T - T - T: Lócrio

[editar] Exemplos:
dó - ré - mi - fá - sol - lá - si: Jónio
ré - mi - fá - sol - lá - si - dó: Dórico
mi - fá - sol - lá - si - dó - ré: Frígio
fá - sol - lá - si - dó - ré - mi: Lídio
sol - lá - si - dó - ré - mi - fá: Mixolídio
lá - si - dó - ré - mi - fá - sol: Eólio
si - dó - ré - mi - fá - sol - lá: Lócrio

[editar] Entendendo melhor
Para sabermos utilizar tais sistemas na prática, devemos ter em mente que a escala musical actual é cromática, portanto, podemos estabelecer uma tonalidade e sobre esta (sem mover a nota da tónica) estabelecer cada uma das funções de um modo.

[editar] Exemplo
Partindo sempre da nota dó:
Jônio: dó - ré - mi - fá - sol - lá - si
Dórico: dó - ré - mi♭ - fá - sol - lá - si♭
Frígio: dó - ré♭ - mi♭ - fá - sol - lá♭ - si♭
Lídio: dó - ré - mi - fá♯ - sol - lá - si
Mixolídio: dó - ré - mi - fá - sol - lá - si♭
Eólio: dó - ré - mi♭ - fá - sol - lá♭ - si♭
Lócrio: dó - ré♭ - mi♭ - fá - sol♭ - lá♭ - si♭
Isso cria, para cada modo, um novo campo harmónico, uma tónica em escalas diferentes.

[editar] Classificação atual
Atualmente, classificamos os modos como maiores e menores, de acordo com o primeiro acorde que formarão em seu campo harmônico.

[editar] Modos maiores
Jônio
Lídio
Mixolídio

[editar] Modos Menores
Dórico
Frígio
Eólio
Lócrio (este podendo ser também classificado como diminuto)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Modos_gregos

Gigante Brazil

Morreu aos 56 anos, o baterista carioca Gigante Brazil, cujo nome verdadeiro era Jorge Luiz de Souza.

Uma amiga do músico, que não quis se identificar, contou que ele sofreu uma parada cardíaca, em casa, na Vila Madalena, região oeste de São Paulo.



O Gigante foi uma grande referencia pro Telonios da Garoa... Teo vi uns videos dele no youtube, entendi muitas coisas no seu tocar depois disso...



Abaixo um pouco mais sobre o Gigante...



Brazil começou a carreira no ano de 1969, na banda Massa Experiência. Na década de 70, o músico tocou com Jorge Mautner. Ele acompanhou Mautner nos nos anos de 1972 e 1973. Em 1975, formou a banda Sindicato.

Gigante Brazil era carioca e tinha 56 anos; músico sofreu parada cardíaca em casa
Em 1980, participou da final do Festival da Globo, ao lado de Chico Evangelista, tocando "Rastapé". Nos anos 90, o músico participou do disco "Mais", de Marisa Monte --no qual gravou os vocais da faixa "Ensaboa"--, e acompanhou a cantora em sua turnê.
Em agosto deste ano, o baterista acompanhou a cantora Anelis Assumpção, em um show no Sesc Pompéia, em São Paulo. Em 2005, ele gravou o disco "Música Preta e Branca e... Etc", ao lado do parceiro Paulo Lepetit.
Brazil tocou ao lado de nomes da música brasileira como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Itamar Assumpção, com quem formou a banda Isca de Polícia. Ele integrou ainda a banda Gang 90. Recentemente, participou da gravação do disco "Celso Sim, Vamos Logo sem Paredes!", do cantor Celso Sim --cuja temporada de shows foi encerrada na última quinta (25), no Sesc Avenida Paulista.
Em 2006, ele lançou seu primeiro disco como cantor, "Música Preta Branca e etc", gravado em dupla com o baixista e produtor Paulo Lepetit e lançado pelo próprio selo de Lepetit, Elo Music, dentro da série CD7.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Construção do mundo por meio da linguagem:

"As vezes é dificil falarmos sobre certas coisas porque estamos construindo mundos e para esses mundos as vezes ainda não existem as palavras para se falar deles".

Mineirinha

Sobre as Cartas

Por Yuri

Seguem as explicações sobre cada uma das cartas dos personagens, com a simbologia das cartas do tarot.
São informações retiradas de todos os arcanos maiores do baralho, sendo que cada personagem tem mais de um arcano relacionado. Nem todas as informações se encaixam exatamente na história, mas estão aqui como sugestões, pra entrarem ou não no trabalho de todo mundo como referencia.

Cada um dos arcanos tem um número, que aparece escrito ao lado.

As informações separadas não foram tiradas do tarot, são referencias à história, aos poemas e letras das musicas.





Teutonio

O Enforcado 12 (está de ponta cabeça, a carta pode ser vista em dois sentidos)
- Rio embaixo (ele está acima da confusão emocional)
- Libelula (ele se encontra em outro plano)
- Posição invertida faz parte de um processo natural, ele vê as coisas sob uma nova perspectiva.

A Torre 16


- Um raio do céu acerta a torre (circo), um evento inesperado que muda o destino.
- Só o topo é separado (separação total do passado)

- Homem e mulher mergulham no futuro (inverter carta)
- Três janelas representam a percepção limitada dos ocupantes do circo




Alice

A Estrela 17
- Urnas despejam a água da vida (despertar de novas idéias)
- Água (caminho da não resistência)




- Pássaros e flores, margaridas (vida nova)
- Grande estrela dos magos cercada de estrelas menores de radiante energia cósmica
- Um pé pousa na superfície do regato da inconsciência

Assim como o céu alimenta o universo terreno, a beleza do mundo físico alimenta o céu.
A linguagem da donzela é poesia e arte, pois ela está em sintonia com o dom espiritual que possui.

O Louco 0




- Cão (cuíca)
- Trouxa (experiências de vidas anteriores, inconsciente coletivo)
- Arbustos da oportunidade se abrem à sua frente
- Verde (cor geral, é a cor do crescimento)

- Cigarra (Alice gosta de beijar cigarras)






O Avô

O Hierofante 5
- O Hierofante (padre) é o guardião das tradições
- Coração branco (pureza de suas intenções)
- Duas colunas (a lei e o direito de obedecer ou não)
- Abençoa o casal

- Coreto da praça

Os Amantes 6
- Cupido
- O sol (fonte de sabedoria e criação)
- Estrela vermelha (desejos elementares)
- Teotônio olha a mulher abaixo (tentação)

- Margaridas (bem me quer, mal me quer)






O Lunatico

O Eremita 9
- O Eremita é o guardião do tempo, conhecedor do passado.
- Lanterna (conhecimento da ciência oculta)
- Estrela dupla (mente inconsciente e consciente)
- Bastão (apoio no caminho do conhecimento e iniciação)

A Lua 18
- A lua minguante chora porque a confundem com uma bruxa
- Raios de ouro e prata saem da lua (boas e más influencias)
- Cães são suscetíveis à lua.
- Lagostim na espreita, escondido para dar o bote (perigo)

A Força 11
- Cães (força física ou interferência externa)
- Ele não faz força para dominar os cães (mente sobre materia)
- O infinito (união do fisico com o espiritual)
- Cor rosa (como opção, a cor do amor) simboliza o vermelho (carnal) com o branco (espiritual)

- Pingão (o bar)
- Espiral na lua (a loucura)





O Diabo

Diabo 15
- criado por pesadelos e paranóia, representa o pior do homem (não usei elementos dessa carta)

- Boi morto (inferno)

A Roda da Fortuna 10
- A Roda representa conseqüência, inevitabilidade, destino.
- Esfinge (equilíbrio) vê e sabe
- Macaco (Tifos, o monstro grego, se dá mal, desce)
- Pavão (expansão e riqueza, se dá bem, sobe)
- Fumaça (forma de espírito)

O Imperador 4
- O Imperador é o poder mundano, sucesso, paternidade.
- Coroa despretensiosa (chapéu de lado, tá tranquilão)
- Cetro para cima (viola, influencia ativa)
- Amuleto circular de ouro (continuidade do seu poder)
- Pernas cruzadas (tá relax)
- Montanha atrás que ele já escalou antes (venceu dificuldades)

O Carro 7
- Agitação, conflitos, viagem.
- Rostos dos irmãos Urim e Thummim, que ouvem a vontade de deus.

domingo, 5 de outubro de 2008

Soluço de Borboleta






















Foto: Anna Maria Andrade

Por Mafê

No último domingo, 28, o Grupo “O Encanta Realejo” esteve na Fábrica para apresentar o primeiro ato do “Auto do Realejo Encantado”, seu espetáculo pictórico-cênico-musical, que conta com 3 atos. Antes de começar o espetáculo, perguntaram: “quanto tempo temos?”. “Quanto tempo quiserem”, respondi.
A Pintora anunciou o início da estória. O Avô apareceu, Alice acordou, Teotônio dançou, o Pássaro espreitou, o Diabo aterrorizou, a Lavadeira cantou, o Lunático perambulou. Ao final do 1o ato, a cortina imaginária fechou-se, abriu-se e então vimos, em primeira mão, a estréia do 2o Ato. Novas aventuras.
Não contarei. Mas nem conseguiria. A estória fica diluída no som cativante, são brilhos por todos os lados. Difícil encontrar um ponto onde concentrar-se. É preciso ver, e rever, e rever…
É unânime. Quem vê, se encanta. Muita gente veio me agradecer pelo lindo espetáculo. A mim? Bem, repasso os agradecimentos ao grupo e, no que depender de mim, eles estarão sempre por aqui.

http://fabricadecriatividade.com.br/2008/10/o-realejo-encantou/

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

As ilusões do pós-modernismo

http://books.google.com/books?hl=pt-BR&lr=&id=W4iYsVQg0LYC&oi=fnd&pg=PA7&dq=p%C3%B3s-modernismo&ots=MNbp7BNIja&sig=2j4l0iAKvneoaXo2pf00Ahw7WJY

blog do lucas

Poética do Pós-Modernismo - Linda Hutcheon

"É esse tipo de contradição que caracteriza a arte pós-moderna, que atua no sentido de subverter os discursos dominantes, mas depende desses mesmos discursos para sua própria existência física: aquilo que "já foi dito". Contudo, julgo errado considerar o pós-modernismo como sendo, de alguma forma, definido por uma estrutura de 'ou/ou'. Conforme veremos com mais detalhe no capítulo 12, não é uma questão de ele ser ou nostalgicamente conservador ou radicalmente anti-humanista em sua política (Foster 1985, 121). Na verdade ele é ao mesmo tempo, ambos e nenhum. Sem dúvida, caracteriza-se por um retorno à história, e realmente problematiza toda a noção de conhecimento histórico. Mas o restabelecimento da memória não é acrítico nem reacionário, e a problematização das certezas humanistas não implica sua negação ou sua morte. Menos do que desgastar nosso 'senso de história' e referência (Foster 1985, 132), o pós-modernismo desgasta nosso velho e firme senso sobre o que significavam a história e a referência. Ele nos pede que repensemos e critiquemos as noções que temos com relação às duas.Teóricos e artistas reconheceram que muitas vezes o paradoxo pode ter o cheiro de concessão. Vejam a opinião de Douglas Davis, artista de vídeo:Se quero dirigir minha arte ao mundo, devo fazê-lo através do sistema, como todos devem fazer. Se isso tem um aspecto suspeito no sentido de parecer liberalismo e concessão, então que assim seja: com exceção da espada, o liberalismo e a concessão sempre foram a única forma de atuação de qualquer revolucionário autêntico. (1997, 22)Sem dúvida, A Mulher do Tenente Francês confirmaria essa visão da contradição como concessão, mas não de concessão no sentido de evitar o questionamento ou de criar uma nova totalidade interpretativa unificadora, que servisse como substituto. O pós-modernismo explora, mas também ataca, elementos básicos de nossa tradição humanista, tais como o sujeito coerente e o refertente histórico acessível, e é perfeitamente possível que seja isso que o torna tão insuportável aos olhos de Eagleton e Jameson. Os conceitos de originalidade e 'autenticidade' artísticas, e de qualquer entidade histórica estável (tal como 'o operário'), que são contestados, parecem ser essenciais à narrativa-mestra marxista desses dois críticos. Provavelmente, a pós-moderna indeterminação de distinções sólidas é, por definição, um anátema para o raciocínio dialético marxista, assim como também o é para qualquer posição habermasiana de racionalidade iluminista. Essas duas influentes posturas de oposição ao pós-modernismo baseiam-se no tipo de metanarrativas totalizantes (Lyotard 1984a) que o pós-modernismo desafia - isto é, ao mesmo tempo usa e abusa delas.Juntamente com Nannie Doyle e outros, eu afirmaria que o aspecto positivo, e não negativo, do pós-modernismo é o fato de ele não tentar ocultar seu relacionamento com a sociedade de consumo, e sim explorá-lo com novos objetivos críticos e politizados, reconhecendo declaradamente a 'indissolúvel relação entre a produção cultural e suas associações políticas e sociais' (Doyle 1985, 169).

"Poética do Pós-Modernismo - História - Teoria - Ficção - Linda Hutcheon, Rio de Janeiro, Imago Editora, 1991, pp. 70-71._________________________________Davis, Douglas (1977) Artculture: Essays on the Post-Modern. Nova Iorque, Harper & Row.Doyle, Nannie (1985) "Desiring Dispersal: Politics and the Postmodern". Subjects Objects 3: 166-79.Foster, Hal (org.) (1985) Recodings: Art, Spectacle, Cultural Politics. Port Townsend, Wash., Bay Press.Lyotard, Jean François (1984a) The Postmodern Condition: A Report on Knowledge, trad. Geoff Bennington e Brian Massumi. Minneapolis, University of Minnesota Press.

http://lucastenorio.blogspot.com/2006/01/potica-do-ps-modernismo-linda-hutcheon.html

Alguns links

http://casthalia.ceart.udesc.br/revista_dapesquisa/volume2/numero2/plasticas/Vargas%20-%20Renata.pdf


http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_13/rbcs13_06.htm

Luiz Gonzaga, a música como expressão do Nordeste

http://books.google.com/books?hl=pt-BR&lr=&id=htpnRq7ZLMIC&oi=fnd&pg=PA11&dq=tinhor%C3%A3o+esta+m%C3%BAsica+ou+aquela,+porque+uns+gostam+e+outros+n%C3%A3o%3F&ots=mfz3XVcKpx&sig=L68HITegMVIlm3Z6flzcKUkffDU#PPA11,M1

Outras Terras Outros Sons

http://books.google.com/books?hl=pt-BR&lr=&id=citWqWSG5BgC&oi=fnd&pg=PA15&dq=tinhor%C3%A3o+esta+m%C3%BAsica+ou+aquela,+porque+uns+gostam+e+outros+n%C3%A3o%3F&ots=sNo5lNV3I6&sig=fcsB7nh17W0GNVC22ARiAxRbhus#PPA39,M1

Forró no Asfalto - Mercado e Identidade Sociocultural

http://books.google.com/books?hl=pt-BR&lr=&id=DDYu67GQkmAC&oi=fnd&pg=PA7&dq=%22Silva%22+%22Forr%C3%B3+no+asfalto:+Mercado+E+Identidade+Sociocultural%22+&ots=wqKH1FTGP9&sig=4skh44zjDFBZoSuK650mBi9KaO8#PPP1,M1

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Tinhorão

Cultura Popular
elite rural paulistana sufoca cultura do povo na cidade
JOSÉ RAMOS TINHORÃO

Um característico que chama atenção, quando se examina a história cultural dos mais antigos centro urbanos brasileiros do século XVI transformados em grandes cidades modernas -São Paulo (1554)- é a surpreendente pobreza criativa das camadas populares, tanto na área de festas de rua, quanto na invenção de danças e cantos.

Bourdieu

A Produção da Crença
contribuição para uma economia dos bens simbólicos
PIERRE BOURDIEU

Uma vez mais, a palavra empresário me incomoda.
Sven Nielsen

O comércio da arte – comércio das coisas de que não se faz comércio – pertence à classe das práticas em que sobrevive a lógica da economia pré-capitalista e que funcionando como se tratasse de denegações práticas, não conseguem fazer o que fazem a não ser procedendo como não o fizessem.
O desafio desferido pelas economias fundadas na denegação do “econômico” a toda a espécie de economicismo reside precisamente no fato de que elas só podem funcionar mediante um recalcamento constante e coletivo do interesse propriamente “econômico” e da verdade das práticas desvendadas pela análise “econômica”.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Artigo

PRODUÇÃO ARTÍSTICA CONTEMPORÂNEA: INVESTIGANDO CENTROS DE INFORMAÇÃO EM
ARTE NO BRASIL

Alexandre Bastos Demétrio
Mônica Zielinsky
Carolina Breda
Silvia Bassani Ramos

RESUMO:
A produção artística contemporânea é objeto de constante discussão a respeito dos seus
limites, controvertidos pela diversidade de seus suportes, efemeridade das obras, pela
banalidade de suas manifestações e pela desmaterialização dos objetos, entre outros
aspectos. Nesse contexto complexo, temos como tarefa a sua catalogação e classificação.
A questão a ser resolvida no presente estudo é: de que modo os centros de informação
em arte no Brasil trabalham com informações referentes à produção contemporânea? São
objetivos da pesquisa averiguar o nível de profundidade, a abordagem e a forma
interdisciplinar como são tratadas as informações desse tipo. A metodologia utilizada é
comparativa, através de um instrumento de pesquisa, que atinge o público-alvo. Como
conclusões parciais até o presente momento, identifica-se que: poucos centros possuem
esse tipo de documento; os que possuem não os diferenciam no tratamento; não existe
uma preocupação maior com o conteúdo complexo dessa produção. Tais conclusões
levam-nos a questionar qual seria o tratamento ideal desses acervos, sugerindo
diferentes propostas de trabalho, tendo-se como estudo de caso o Centro de
Documentação e Pesquisa do PPG em Artes Visuais do Instituto de Artes da UFRGS.
Palavras-chave: arte contemporânea; documentação; centros de informação;
interdisciplinaridade; pesquisa em arte


http://74.125.45.104/search?q=cache:Y3U5r-f1md4J:www.ufrgs.br/propesq/livrosalao/alexandre.pdf+circuito+artistico&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=78&gl=br

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Berlim se torna atraente para mercado de arte

Berlim faz jus à tradição de capital das artes e concentra hoje o maior número de galerias numa cidade européia.
Até o próximo 15 de junho, a promessa dos organizadores da 5ª Bienal de Berlim é a de que a cidade respire arte dia e noite. Enquanto o programa diurno da mostra tem quatro estações com trabalhos recentes de artistas contemporâneos de todo o mundo, a oferta noturna tem nada menos que 63 eventos espalhados por toda a cidade. As exposições da Bienal são acompanhadas de concertos, shows, sessões de cinema, performances, palestras e oficinas.
A idéia é tornar público o que já se sabe há muito no circuito das artes plásticas, ou seja, que Berlim se tornou, nos últimos cinco anos, a cidade preferida dos galeristas e artistas na Europa. A Confederação das Galerias Alemãs (BVDG) registra que a capital alemã tem hoje 350 galerias. Outros especialistas acreditam que este número pode chegar até a 500, o que significa um número maior que o registrado em Nova York.
Metrópole (barata) das artes
"A atmosfera de Berlim como metrópole é muito atraente, não só devido à arte. Onde as coisas acontecem, seja no âmbito social, político ou artístico, estão obviamente presentes muitos artistas importantes, tanto do país quanto estrangeiros", diz Klaus Gerrit Friese, presidente da BVDG. Atrás dos artistas vieram a Berlim, então, incontáveis galeristas.
Bildunterschrift: Neue Nationalgalerie, um dos lugares que abriga eventos da Bienal de Berlim
Outro fator que atrai artistas à capital alemã é o fato de que "aqui se pode viver com muito menos dinheiro do que em outras cidades européias. Paga-se muito menos tanto por um apartamento quanto por um ateliê", lembra o galerista Martin Mertens. Para alugar a sua galeria num prédio onde estão também alojadas outras vinte galerias na Brunnenstrasse, no bairro Mitte, Mertens paga 400 euros por mês. "Em Paris, Hamburgo ou Londres teria que gastar muito mais", diz o galerista.
Longa tradição
A tradição de Berlim como "metrópole das artes" é longa e vem dos anos 1920, lembra o galerista Thomas Schulte no International Herald Tribune. Um dos fatores que propiciam essa atração exercida pela cidade sobre os artistas é sua localização, no centro da Europa. Embora interrompida durante o período do regime nazista, a cidade parece que vem recuperando toda a sua aura desde a queda do Muro, em 1989.
Uma questão, porém, paira no ar: como (sobre)vivem marchants e galeristas numa cidade que, de acordo com os padrões europeus, é considerada pobre e isenta de uma população com alto poder aquisitivo? Segundo Friese, há realmente boa parte da população da cidade sem poder de compra, embora isso não tenha tanta importância.
Mais relevante neste contexto é a fascinação e o movimento em torno do cena artística. "Além disso, todo mundo espera que, aos poucos, se crie um círculo bem estruturado de colecionadores como na região da Renânia. É esperar mais cinco anos para ver o que os números dizem".
Influência dos grandes colecionadores
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: O artista Tim Eitel, representante da 'Escola de Leipzig', mudou-se para BerlimNa opinião de Mertens, nem é preciso esperar tanto, uma vez que já são visíveis os sinais de aumento do poder aquisitivo no circuito artístico da cidade. Muito importante neste sentido, segundo ele, é a presença dos grandes colecionadores que se mudaram para a cidade e expõem suas coleções ao público, entre eles Boros, o casal Hoffmann, Haubrock e Schürmann.
Com a manchete Cada um constrói seu museu, o semanário Die Zeit publicou recentemente uma matéria sobre o poder que esses colecionadores adquiriram em Berlim. E como eles, desta forma, ditam os rumos da cultura alemã.

http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,3255761,00.html

Caetano Veloso

“O amor escraviza, mas é a única libertação”.

Deleuze

Deleuze dizia “Resistir é criar”. Só pelo fato de criar estamos resistindo aos valores dominantes. Não é necessário para isso fazer teatro politico ou engajado. O teatro e a escrita recolocam o corpo na sua densidade, fora dos fluxos controlados. Isso em si já é válido.
Tania Alice

Tania Alice


Tania Alice é escritora, encenadora e doutora em Letras e Artes pela Universidade de Aix-Marseille I (França). Atualmente, é professora de Estética Teatral na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Escreveu e dirigiu, entre outros, Um breve retrato da dor (dá pra sentir), inspirado no trabalho da performer Sophie Calle, SerOuNãoSer.com (CE) e dirigiu O Amor de Fedra de Sarah Kane, em co-direção com Gilson Motta (MG/RJ). Publicou o livro infantil Todo mundo sabe! com ilustrações de Christophe Esnault (Omni Editora, 2005), a trilogia infantil Solo para Dona Tartaruga, Por Água Abaixo (ou: A incrível História de dois Peixes-Palhaço) e Segredo no Ar, com ilustrações de Sanzio Marden, bem como vários contos, poesias e ensaios em revistas, jornais e na Internet. Estréia com "Blue Note Insônia", prefaciado por Guiomar de Grammont, que será lançado após a sua apresentação em performance.A ENTREVISTA:
Disse Fernando Pessoa, por intermédio de Alberto Caieiro, ou vice-versa: “Se depois de eu morrer quiserem escrever a minha biografia, não há nada mais fácil. Tem só duas datas – a da minha nascença e a da minha morte”, por origem, pensando na África por onde andaram e viveram Pessoa e Arthur Rimbaud, o que é nascer na França e depois partir ao Brasil?
Tem um ditado que diz que quem pede identidade é a polícia. Gosto dessa idéia da Pós-Modernidade como geradora de identidades flutuantes, de seres moveis, em perpétua definição. Um pai gaúcho e uma mãe francesa, uma vida passada na França, na Alemanha, na Inglaterra, no Canadá e na Islândia acabam gerando um pensamento nômade. As vivências nós transformam e tentamos transformar essas vivências criando. Henry Miller diz que o artista vive duplamente: uma intensidade vivida e uma intensidade criada. Tudo se torna duplo.
Antes de chegar em definitivo ao Brasil, como imaginava a Lusitânia Brasileira ainda morando nas terras de Paul Verlaine?
Em Marseille, com seu cosmopolitismo, suas ruas bagunçadas, a música árabe, o convivio com todas as etnias, da Afríca do Norte à Cuba, eu trabalhava em uma associação que ajudava a resolver os documentos de brasileiros que chegavam na França. Luis Fernando Verissimo retrata com muito humor essa situação de chegada e adaptação. Nas chegadas, esperávamos no aeroporto o calor brasileiro. Fundamentalmente diferente do frio europeu que acaba esvaziando os relacionamentos humanos.
Que paralelos, você, Tania Alice, pode fazer entre as jovens poéticas realizadas na França e no Brasil?
Creio que a globalizazão, apesar dos efeitos econômicos e sociais desastrosos, teve como lado positivo a mixigenação cultural. Os meios de comunicação da mass midia (internet, televisão...) geraram um intercâmbio muito grande entre poéticas, que se tornaram híbridas. A diferença entre um poeta brasileiro radicado na França e um poeta francês radicado em São Paulo? Creio que seria dificil de definir. O paralelo, com certeza, é a resistência que ambos tem à grande máquina do “globalitarismo”, a resistência aos mecanismos produtivistas através da palávra, o engajamento no caminho artístico como um caminho irrevogável – mesmo se o preço dessa escolha é alto.
França com destino ao Ceará, como foi viver no Nordeste Brasileiro, e talvez sentir que realmente o Brasil são muitos Brasis?
O Nordeste é uma terra das mais acolhedoras. Há uma grande disparidade entre as condições econômicas e a qualidade das pesquisas artísticas, que infelizmente tem pouca visibilidade no circuito nacional. No Ceará, tive a oportunidade de trabalhar com artístas incríveis, como, por exemplo, o artista plástico Sanzio Marden (que realizou as ilustrações de três livros infantis meus), o artista plástico Wilson Neto, a pesquisadora e bailarina Andréa Bardawill e seu Centro de Pesquisa do Alpendre, o poeta Daniel Glaydson, o grupo de pesquisadores e artistas chamado “Peripécias”, que reune dramaturgos do Ceará como Pablo Assumpção (agora pesquisador em Nova York), Aldo Marcozzi (Professor da UVA/Sobral), Fran Teixeira (Professora do CEFET/CE) ou Marcos Barbosa (Professor da UFBA), sem contar nossa Cia “Atemporal33”, com a qual montamos vários trabalhos performáticos e espetáculos. Certamente estou esquecendo vários artistas, mas apesar das dificeis condições de inserção no circuito artístico nacional, a intensidade que une e motiva as pesquisas são comuns em todos os Brasis – em todos os países.
Desceu ao sudeste para Belo Horizonte, onde viveu de passagem, que diferenças são possíveis entre os povos abaixo e acima da Bahia?
É muito dificil descrever tal diferença sem cair no perigo da generalização. Não acredito na fixidade da identidade, então, é complicado generalizar. O Ceará, como o Rio de Janeiro, apesar das dificuldades geradas pelo contexto econômico e que acabam gerando reações como a violência e suas consequencias – uma forma de sair da invisibilidade para ir para a visibilidade - são duas experiências extremamente enriquecedoras.
Rápida como um relâmpago, saiu de Minas Gerais para morar no Rio de Janeiro, mesmo enfrentando uma viagem semanal a Ouro Preto, onde leciona Estética teatral na UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), que desilusão aconteceu nos currais de Minas ou que ilusão ascendeu nos adros de São Sebastião?
Cada lugar do mundo tem seus encantos e suas dificuldades. A questão é encontrar um acordo, uma harmonia entre exterior e interior.
Sendo uma pessoa de Teatro e fazendo uma poesia híbrida, que limites ao leu existem entre as cenas das artes cênicas e as penas das artes poéticas?
A essência do teatro é coletiva. É uma criação conjunta, que gera uma dependência mútua entre todas as pessoas envolvidas, do cenotécnico ao dramaturgo, do cenógrafo ao iluminador, do encenador ao ator, do figurinista ao sonoplasta, do produtor ao programador visual, e por aí vai. Há uma moda que tende a cristalizar essa vivência coletiva com o rótulo de processo colaborativo. Mas todo teatro é colaborativo, coletivo, enfim, essa é a essência mesmo do teatro. A criação poética é individual. Depende de você, e das palavras e do silêncio da noite que as fazem aparecer na hora em que justamente, os outros não as estão usando.
Como foi encenar “O Amor de Fedra” da Sarah Kane com alunos da UFOP que integram o núcleo da Cia Partículas Elementares e depois enfrentar uma pequena temporada em Belo Horizonte no Teatro da Cidade?
A experiência da encenação foi muito estimulante, pois uniu uma pesquisa teórica – que ando desenvolvendo há algum tempo sobre a adaptação de clássicos na contemporaneidade – e prática, pois sempre tive vontade de montar esse texto de Sarah Kane. Sarah Kane é uma das maiores dramaturgas da atualidade, que se suicidou aos 29 anos, deixando textos de um impacto muito grande. A co-direção com Gilson Motta foi uma experiência extremamente enriquecedora, porque você cresce cotidianamente ao seu lado – artisticamente e humanamente. A disponibilidade e criatividade do elenco e de todas as pessoas envolvidas no projeto como os Professores Eloisa Brantes, Sandra Parra e Berilo Luigi, também foram fantásticas. Enfim, apesar das dificuldades, foi uma experiência muito interessante. A temporada em Belo Horizonte porém foi ligada a muitas dificuldades. O acessor de imprensa que escolhemos não divulgou o espetáculo, e com isso, tivemos pouco público. Mas esperamos voltar, em outras condições.
A exemplo de diretores de teatro que tanto fundam como afundam atores, o que realmente é preciso na construção de um personagem, pensando, por exemplo, nas experiências realizadas por Jersy Grotowski?
No teatro contemporâneo, o personagem é desconstruido. Principalmente na performance. O que se precisa para construir um personagem é complexo. Como referências principais nesse sentido, citaria as pesquisas sistematizadas de Stanislavski, como “A Construção do Personagem” ou “A preparação do ator”, que elaborou um verdadeiro sistema teatral nesse sentido. Claro, as pesquisas de Grotowski, que você citou, mas também Eugênio Barba, entre muitos outros, complementam de forma interessante essa pesquisa. Mas a resposta a essa pergunta merece um livro.
Se a vida é um palco ao vivo, como é possível a um intérprete transformar o eu sujeito em si em um outro, lembrando a frase de Arthur Rimbaud, “eu é um outro”?
A arte é por essência a abertura à alteridade. Por isso mesmo ela é a vida intensificada.
Ou seja encenar ou seja escrever, Tania Alice, ou seja viver, como é viver nesse Brasil onde vivemos uma jornada em crise de todos os partidos políticos, a arte é uma política, ou não saimos da pedra medieval?
Deleuze dizia “Resistir é criar”. Só pelo fato de criar estamos resistindo aos valores dominantes. Não é necessário para isso fazer teatro politico ou engajado. O teatro e a escrita recolocam o corpo na sua densidade, fora dos fluxos controlados. Isso em si já é válido.
A exemplo de uma bula-poema “Egolit” que andou pela internet, o que pensa sobre os artistas predadores e parasitas que vivem sobre o holocausto do ego?
Egolit é indicado para o tratamento da egocentricidade mórbida. Está disponível em todas as farmácias virtuais. Em outras palavras: tem cura.
Por marketing, como entender o jornalismo cultural quando a ordem dos primeiros cadernos de cultura é editar segundo a cópula de uma rendição capital?
No teatro, a gente se depara muito com essa questão da produção. Como entrar no circuito cultural, na divulgação dos cadernos de cultura é um pensamento que muitas vezes se opõe ao ideal do encenador, que precisa de tempo e concentração para a criação. Por isso, a figura do produtor se torna indispensável. Em poesia, já sabemos que o público é restrito, que não entramos em circuitos de rendição capital. A criação parte por outra via, as vezes – por isso mesmo – mais estimulante.
Antes de escrever “Blue Note Insônia”, o que viveu ou pensou que talvez tenha servido de provocação para essa escrita que é ao mesmo tempo poética e cênica?
“O homem só pode cometer um pecado: esse de não viver plenamente sua vida”, diz Henry Miller. Na medida do possível, tento não pecar.
Sendo a poesia um escrever em estado de cio, como afirmou Rainer Maria Rilke em um trecho de suas “Cartas a um jovem poeta”, pensando ainda em “Blue Note Insônia”, o que signica a epígrafe de José Saramago e a dedicatória a Gilson?
“Se pode crescer para nós uma flor sem limite é somente porque eu trago a vida aqui na voz” (Caetano Veloso). Na mesma música ele ainda diz: “O amor escraviza, mas é a única libertação”.
Escrever como quem perde a mão, lembrando um poeta anônimo, o que é preciso para empunhar os dedos e atravessar a página em branco?
Verificar quem está do outro lado...
Pensa que a poesia é um gênero da literatura ou isso não tem importância uma vez que tanto os poetas hibernam em silêncio como as escolas fecham as suas portas?
A poesia, talvez, é a arte mais distante das preocupações ligadas ao ego-trip, ao rendimento, ao desejo do reconhecimento, entre outros. A poesia é de essência espiritual... Abra a porta – o sol está atrás.
Você, Tania Alice, também publicou três livros infantis pelo projeto de ecologia “Manuelzão”, escrever é escrever e pronto, ou fazer literatura infantil é o mesmo que sair aos domingos com uma criança ao parque de diversões?
Há pessoas que fazem teatro infantil ou escrevem livros para crianças para poder sobreviver no grande Luna Park audiovisual, como diz José Saramago. Essa postura é uma das mais deprimentes que existem ao meu ver. As crianças são os leitores de amanhã, a poesia é constantemente presente no mundo infantil. A criatividade e a abertura de espírito das crianças é uma experiência fantástica. Creio que as crianças merecem a maior exigência no que diz respeito a criação. Esse tipo de criação parte de uma necessidade diferente, mas não menos intensa. No caso dos livros do projeto Manuelzão, juntou com uma preocupação ecológica: quem pode salvar o nosso planeta são as crianças, os leitores de amanhã.
Aliás, Tania Alice, puxando o mercado infantil como proa de salvação a muitos editores e escritores, será que vender fruta podre não seria o mesmo que imprimir estorinhas coloridas?
Existe um preconceito muito grande em relação à literatura e teatro infantil, devido, justamente, à essa literatura de consumo, que você define como “fruta podre”. Mas existem frutas verdadeiras, com o sabor de outros possíveis.
Ao reler a “Bonequinha Preta” de Alaíde Lisboa de Oliveira para a minha filha Jade, fiquei pensando em algo de antropologia, a minha pergunta é se você deseja uma escrita verdade que nasça da vida ou escrever é um mero exercício lúdico?
Creio que se não há necessidade, não há escrita... Para exercicios lúdicos, tem xadrez, baralho, outras coisas, enfim. Não algo tão vital como a literatura.
A sua “Blue Note Insônia” me parece uma realização poética nascida de uma experiência de vida, e mesmo que não seja, como é escrever com gotas de sangue e deixar ao leitor um sentido de verdade?
Talvez isso seja devido a uma perfusão poética distanciada no tempo... Veias ligadas pelas mesmas dores e pelos mesmos desejos, num espaço/tempo diferente.
Apenas experiência de linguagem ou habitar o olimpo de um dicionário é o mesmo que fantasiar um verso, uma estrofe, um poema, e libertar as letras como animais que jorram a ira?
As palavras curam, as palávras matam. O silêncio também. É a lição das trevas.
Por fim, apenas mais uma simples pergunta ao duplo, Tânia Alice, o que é poesia e o que é poema?
Poesia... Poesia é o potencial da vida revelado. O sol emergente em olhos deitados. Poema é um trecho dessa intensidade, quando ela se deixa captar e se faz palavra.
...........................................................................................................................................................*Wilmar Silva, poeta, é curador do projeto Terças Poéticas – realização da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, através de uma parceria entre Suplemento Literário e Fundação Clóvis Salgado.